quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Voltei.

"Faz muito tempo que eu não escrevo nada
Acho que foi porque a TV ficou ligada
Me esqueci que devo achar uma saída, e usar palavras
pra mudar a sua vida!"


Já estava pensando eu voltar com o blog a algum tempo, e graças a algumas influências externas (Gustavo, obrigada) e ao final das provas de vestibular decidi retornar ao meu cantinho tão especial.
Fiz algumas mudanças, como o nome que antes era 'Unsaid Things'. Decidi colocar 'Nuvens de Chantilly' porque já era o endereço e a maneira que eu o chamava/chamo. Mudei também o background azul clarinho, que não estava aparecendo mais. Então ele está provisoriamente branco.
Pretendo postar os textos uma vez por semana (pode deixar que vou me programar e cumprir, algo que eu não fazia antes) e fazer algumas coisas diferentes.
Boas Festas!

domingo, 9 de maio de 2010

Déjà vu



Ela estava parada distante de mim. Olhava a imensidão azul que nos cercava e quando olhava na minha direção parecia enxergar através de mim, ou talvez não me enxergava. Algo não me era estranho, tinha a sensação que já havia visto aqueles longos cabelos castanhos que teimavam em desarrumar com o vento e aqueles pequenos olhos dispersos e perdidos.
Eu queria chegar mais perto. Andei poucos metros, mas ainda continuava distante e quando tentei gritar minha voz se perdeu no vazio. Aqueles olhos angustiados me deixavam aflita, e por mais vontade que tinha de ajudar, nada poderia ser feito.
Mesmo assim cheguei mais perto. Agora poderia ver detalhes que me faziam acreditar ainda mais que a conhecia, como a maneira que ela andava de um lado para o outro com seus pés ligeiramente tortos e o modo que ela ficava apertando seu colar sobre o peito. Talvez a conhecesse dos meus devaneios, dos meus sonhos ou aquilo fosse uma simples sensação de déjà vu. Só sei que de algum modo nossos pensamentos se conectavam, eu conseguia sentir seus desejos e medos. Eu tentava desvendar o porquê da menina sozinha no meio do nada. Acho que ela desejava aquilo. Decidi ir embora logo.
Até hoje não sei se realmente vi aquela garota ou se era apenas meu reflexo em um espelho qualquer.

;*

domingo, 18 de abril de 2010

Carta à um amor do passado


Nós pensávamos que quando acabássemos iríamos morrer, iríamos chorar até nossas lágrimas secarem e inundarem o mundo. Mas quando acontece a gente percebe que não fora tão duro assim que na verdade aquilo tinha que acontecer e sem que percebêssemos, rezávamos todo dia pedindo por isso.
Não foi falta de amor, talvez ele nem tenha existido, talvez era só uma amizade bonita e sincera como no princípio, uma carência e uma afinidade fora do comum que fora de extrema importância para colocar os pingos nos “is”. Alguns momentos durarão para sempre como uma bela fotografia presa na parede da nossa memória junto com todas as outras que nos remetem a momentos bons. Não esquecerei dos seus beijos, dos seus abraços e principalmente das nossas longas conversas.
Por mais que a gente queria, nunca é fácil dizer “adeus”. A acomodação e o medo da incerteza não nos permite fazer isso. Tenho certeza que foi melhor assim e que nossa amizade permanecerá intacta. Torço muito para que encontre o outro pedaço de sua alma, e sei que você me deseja o mesmo.

Sempre prometo que vou tentar postar mais vezes, mas parece que quanto mais eu prometo menos eu posto, por isso não digo mais nada.
Beijos ;*

terça-feira, 23 de março de 2010

Meus filmes, minha vida


O filme era preto e branco, mas não era antigo, pelo contrário, mais atual era impossível. Ele parecia nos prender na monotonia e futilidade da vida da mocinha sem graça, que por sinal, não exercia bem o grandioso papel que lhe fora dado. Ela não conseguia se destacar dos demais personagens. Acho que eu até poderia classificar como ficção-científica, afinal, todos pareciam clones (im)perfeitos da última estrela pop lançada semana passada, todos davam os mesmos abraços murchos, os mesmos sorrisos falsos e falavam as mesmas frases clichês. E o mocinho? O galã agora era trocado a cada semana, quase sempre por nunca satisfazer todas as expectativas da principal. E o romance, tempero dos filmes, fora riscado do roteiro do filme.
Eu não conseguia suportar aquela película fria e cansativa que cismava em se repetir em todos os canais. Não agüentava mais aquele espelho de uma sociedade morta, previsível e sem ideais.Eu queria mais... Eu queria as cores de Almodóvar, romances ardentes, passarinhos na janela, diálogos inteligentes, passeios pelo desconhecido com a (in)certeza de um final feliz.
Foi aí que comecei a escrever meu filme...

Demorei, mas postei.
Beijos.

sábado, 6 de março de 2010

Maldita inspiração



Dez minutos.
Só havia eu e mais dois meninos naquela sala. Parecia que cada minuto a mais me deixava mais desesperada. O tempo corria tão depressa e eu ainda não tinha feito a última parte. Logo a redação, algo que me julgavam tão boa...
Eu não tinha o que escrever, minha mente parecia uma sala branca absolutamente sem nada. O que estava faltando? Qual era o problema?Alguma espécie de bloqueio? Inspiração?
Maldita inspiração.
Só me aparece nos momentos inoportunos, nos momentos que minha caneta preta e meu fiel caderno estão distantes. Tem horas que é minha melhor amiga, tem horas que simplesmente desaparece sem deixar vestígios e me deixando sem saber o que falar ou escrever. A inspiração pode vir revoltada, romântica (normalmente quando me lembro dos seus olhos), triste, mas quando ela aparece tudo parece mais fácil de fazer. Queria que ela estivesse aqui para sempre...
Sem perceber, eu escrevera tudo que pensara naquela folha. Uma sensação boa tomou conta de dentro de mim, parecia com a sensação de dever cumprido e entreguei aquela prova antes complicada com total esplendor. Quando o sinal tocou entreguei a prova com certeza absoluta de total aprovação.
Todos elogiaram tanto a minha redação, pena que tirei um zero, afinal o tema era Meio Ambiente.

Desculpa a demora para postar é que eu quase não estou entrando na internet por causa da escola e do pré-vestibular que ocupam meu dia todo.
Vou tentar postar sempre, eu prometo. E ainda vou postar os selinhos que ganhei depois. É que esse post está meio corrido. ;*
Obs.: Alguém me ajuda a fazer um novo layout?

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Todo carnaval tem seu fim


Todos carnavais da minha vida foram tediosos. Não que eu não gostasse de carnaval, mas nunca tive oportunidade de aproveitá-los. O que é o carnaval para uma pessoa que não bebe e não sabe sambar?
Escolhi o baile de carnaval do clube para ir, queria um lugar relativamente tranqüilo para a minha estréia carnavalesca, afinal as ruas estavam sempre tumultuadas, lotadas de barraquinhas e bate-bolas.
Minha fantasia de colombina não impressionava perto dos trajes grandiosos das outras pessoas. Observava a feição de cada pessoa no local, enquanto tocava uma marchinha qualquer, e era isso que me impressionava: o carnaval era a única época do ano que podemos ser quem quisermos, podemos virar heróis e vilões, homem vira mulher e mulher vira homem. Enquanto as máscaras são colocadas, as verdadeiras máscaras, as que ficam presas no nosso rosto o ano todo caem. Não precisamos fazer as caras e bocas e tentar parecermos grandes, afinal é carnaval, ninguém se importa com isso e todas as pessoas por alguns dias são iguais.
Nesse jogo de observação meu olhar parou em uma pessoa em especial, ele estava vestido uma fantasia que eu não consegui identificar e parecia tão feliz que conseguia me fazer sorrir só de ver tamanha felicidade. Ele caminhava na minha direção com um passo leve e descontraído, acho que até acompanhando o ritmo da música. Quando chegou perto soltou algumas doces palavras no meu ouvido...
No final do baile era como se nos conhecêssemos deste sempre. Mas sabia que ao final do feriado, quando todas as máscaras voltassem para os rostos, não nos conheceríamos mais, pior, não nos reconheceríamos mais.
“Ai, queria que fosse carnaval todo o dia”.

Não ficou muito bom esse post atrasado sobre carnaval, mas está valendo.
Boa volta às aulas.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Viva o dia


"Gather your rosebuds while you may. Old time still a-flying; and this same flower that smiles today, tomorrow will be dying"


Hoje. Hoje eu só quero acordar mais viva. Pular cedo da cama comemorar mais um dia único que está por vir, quero esquecer todas as tristezas e aflições que me cercam no meu, talvez, tolo cotidiano e seguir em frente. Hoje é dia de cumprir promessas vencidas e observar o mar na sua mais doce calmaria. Dia de não se importar com a vida alheia das pessoas que tanto te fazem mal porque as pessoas que realmente te fazem bem estarão comigo.
Quero colocar o mais belo vestido e atrair olhares, não pela minha beleza mas sim pela minha magnitude, pelo fato d’eu estar viva. Depois pararei na cafeteria mais próxima e tomaria o melhor café sentindo todos os gostos e aromas possíveis e seguiria caminhando como se não houvesse amanha.
Queria dar a volta ao mundo hoje também, mas há algo que me impede: o tempo. Talvez exclua algo da minha lista para que eu possa fazer isso. Se der, verei o pôr do Sol da mais bela praia e gritarei para todos ouvirem o nome do meu amor.
Farei o caminho de volta cumprimentando todas as pessoas especiais que conheci nesse imponente dia. Quando chegar em casa colocarei a minha banda preferida no ultimo volume para tocar enquanto tento simplesmente dormir pensando no dia seguinte quando acordarei e farei tudo novo.

A foto e a frase desse post são de um dos meus filmes preferidos: "Sociedade dos Poetas Mortos"

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Um toque de café e solidão


-Café, por favor.
Sozinha, vejo as pessoas passarem por essa janela. Observo seus cotidianos simples, tento descobrir seus enigmas, seus pecados e suas virtudes. Tento decifrar seus pensamentos através de suas feições. Fico feliz, e me angustio com elas, seus sentimentos são passados tão facilmente para mim, mesmo que por segundos, pois logo depois esqueço tentando desvendar outros pensamentos, dessa vez de uma simples senhora ou de um belo rapaz. Tantos rostos, todos tão bonitos e tão complexos, cada um com sua essência.
Eles não notam minha presença, aliás, como notariam se hoje em dia todo mundo anda correndo e com a cabeça nas nuvens? Mal sabem eles, que fazem parte da minha vida e do meu cotidiano solitário, que são meus únicos amigos, amigos invisíveis mas que me ajudam muito, eles e o café. Aliás...
-Outra xícara de café, por favor.

Desculpa pela demora para postar, mas como disse no post anterior eu estava viajando. Senti saudades desse meu cantinho...