
Todos carnavais da minha vida foram tediosos. Não que eu não gostasse de carnaval, mas nunca tive oportunidade de aproveitá-los. O que é o carnaval para uma pessoa que não bebe e não sabe sambar?
Escolhi o baile de carnaval do clube para ir, queria um lugar relativamente tranqüilo para a minha estréia carnavalesca, afinal as ruas estavam sempre tumultuadas, lotadas de barraquinhas e bate-bolas.
Minha fantasia de colombina não impressionava perto dos trajes grandiosos das outras pessoas. Observava a feição de cada pessoa no local, enquanto tocava uma marchinha qualquer, e era isso que me impressionava: o carnaval era a única época do ano que podemos ser quem quisermos, podemos virar heróis e vilões, homem vira mulher e mulher vira homem. Enquanto as máscaras são colocadas, as verdadeiras máscaras, as que ficam presas no nosso rosto o ano todo caem. Não precisamos fazer as caras e bocas e tentar parecermos grandes, afinal é carnaval, ninguém se importa com isso e todas as pessoas por alguns dias são iguais.
Nesse jogo de observação meu olhar parou em uma pessoa em especial, ele estava vestido uma fantasia que eu não consegui identificar e parecia tão feliz que conseguia me fazer sorrir só de ver tamanha felicidade. Ele caminhava na minha direção com um passo leve e descontraído, acho que até acompanhando o ritmo da música. Quando chegou perto soltou algumas doces palavras no meu ouvido...
No final do baile era como se nos conhecêssemos deste sempre. Mas sabia que ao final do feriado, quando todas as máscaras voltassem para os rostos, não nos conheceríamos mais, pior, não nos reconheceríamos mais.
“Ai, queria que fosse carnaval todo o dia”.
Não ficou muito bom esse post atrasado sobre carnaval, mas está valendo.
Boa volta às aulas.